Não pode ter sido pai de algo que já existia há milhares de anos.
Simples: nada surge já clássico. Para tornar-se clássico é necessário que antes tenha existido numa forma primitiva. Não bastasse isso, todos os livros de história e os livros sérios de Yôga confirmam: o Yôga Clássico não foi o mais antigo. Antes dele existiu um Yôga Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, de origem dravídica, pelo menos 2000 anos mais antigo.
Sim. Se a codificação do Yôga Clássico é datada do século III a.C., todas as escrituras hindus anteriores a esse século são de Yôga Pré-Clássico. Essas escrituras são as Upanishadas, a Bhagavad Gítá e o Mahá Bhárata, entre outras. Todas elas referem-se ao Yôga, logo, esse Yôga foi anterior ao Yôga Clássico.
Não. Há quem o anuncie, mas, na verdade, o produto que vendem é outra coisa bem diferente. O Yôga Clássico tem que ensinar as oito partes: yama, niyama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná, dhyána e samádhi. Tem que ser de linha Sámkhya e Brahmacharya. Tem que ter como leitura básica o livro Yôga Sútra, de Pátañjali.
No caso específico do Yôga Sútra, recomenda-se ler o máximo possível de versões discrepantes para convencer-se da inexatidão de praticamente todas as traduções. (Compare com a resposta à pergunta no 10 da terceira aula de setembro.)
O Yôga Clássico não é o mais antigo. Consequentemente não é o mais autêntico. Ele foi produto de uma deturpação de natureza política e étnica perpetrada pelos arianos após a sangrenta ocupação a que submeteram a Índia e seu povo. A fama que tem foi construída e imposta pelos áryas, guerreiros sub-bárbaros que não tinham nenhuma cultura filosófica, artística, nem científica. Tal como os romanos em suas colônias, os arianos foram absorvendo um pouco da cultura dos povos conquistados por eles.