1ª. Aula de Outubro

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Sêshwarasámkhya e brahmacharya.

Pátañjali.

Não pode ter sido pai de algo que já existia há milhares de anos.

Simples: nada surge já clássico. Para tornar-se clássico é necessário que antes tenha existido numa forma primitiva. Não bastasse isso, todos os livros de história e os livros sérios de Yôga confirmam: o Yôga Clássico não foi o mais antigo. Antes dele existiu um Yôga Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, de origem dravídica, pelo menos 2000 anos mais antigo.

Sim. Se a codificação do Yôga Clássico é datada do século III a.C., todas as escrituras hindus anteriores a esse século são de Yôga Pré-Clássico. Essas escrituras são as Upanishadas, a Bhagavad Gítá e o Mahá Bhárata, entre outras. Todas elas referem-se ao Yôga, logo, esse Yôga foi anterior ao Yôga Clássico.

Não. Há quem o anuncie, mas, na verdade, o produto que vendem é outra coisa bem diferente. O Yôga Clássico tem que ensinar as oito partes: yama, niyama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná, dhyána e samádhi. Tem que ser de linha Sámkhya e Brahmacharya. Tem que ter como leitura básica o livro Yôga Sútra, de Pátañjali.

No caso específico do Yôga Sútra, recomenda-se ler o máximo possível de versões discrepantes para convencer-se da inexatidão de praticamente todas as traduções. (Compare com a resposta à pergunta no 10 da terceira aula de setembro.)

O Yôga Clássico não é o mais antigo. Consequentemente não é o mais autêntico. Ele foi produto de uma deturpação de natureza política e étnica perpetrada pelos arianos após a sangrenta ocupação a que submeteram a Índia e seu povo. A fama que tem foi construída e imposta pelos áryas, guerreiros sub-bárbaros que não tinham nenhuma cultura filosófica, artística, nem científica. Tal como os romanos em suas colônias, os arianos foram absorvendo um pouco da cultura dos povos conquistados por eles.

Pátañjali foi um grande sábio e fez o que pôde pelo Yôga da sua época.

Permitiu, mediante adaptações, que a filosofia dos drávidas não caísse no esquecimento e pudesse vir a ser incorporada ao hinduísmo como um darshana. Graças a isso, chegou até nós.

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